27 março 2008

Estudo e piedade

Há algo no meio evangélico que me deixa extremamente preocupado. Estou me referindo ao pensamento de muitos irmãos que dissociam o “estudo da Palavra” da “piedade” como se fossem coisas que não pudessem (e devessem) andar juntas.

Os cristãos, de um modo geral, são muito dados a extremos. Como é difícil encontrar pessoas que se posicionam de uma maneira equilibrada!

Temos assim, basicamente, dois grupos: um que defende que o cristão deve estudar com afinco a Palavra de Deus, conhecer a teologia, conhecer a doutrina correta, mas que, muitas vezes, não aplica todo esse “conhecimento” à sua vida, tornando-se vazio e árido.

Por outro lado, temos um outro grupo que renega o estudo, e, por falta do próprio estudo sério da Palavra, cita textos bíblicos fora de seu contexto a fim de apoiar a sua idéia. “A letra mata, mas o espírito vivifica” – afirma ele.

Devemos ter em mente que a Bíblia nos foi deixada pelo Senhor para que a conheçamos profundamente: “... medita nele (no livro da Lei) dia e noite...” (Js 1.8). Mas esse conhecimento, fruto de nossa meditação dia e noite, não é um fim em si mesmo. Pela iluminação do Santo Espírito, as verdades apreendidas da Palavra devem ser postas em prática, a fim de sermos cada dia mais santos.

Devemos saber também que ser profundamente “espiritual” sem conhecer as Escrituras (como se isso fosse possível) nos leva a um cristianismo falso, pois não existe cristianismo sem o conhecimento correto de Deus e de sua Palavra, conhecimento que só é possível através do estudo.

Se alguns acham que a iluminação do Espírito Santo torna desnecessário o estudo sério e outros acham que o estudo sério torna desnecessária a iluminação do Espírito, fujamos desses extremos, estudando profundamente a Bíblia e dependendo vitalmente da iluminação do Espírito a fim de sermos “estudiosos piedosos” ou, se preferir, “piedosos estudiosos”, sabendo sempre que uma coisa está intimamente ligada à outra e que não podemos nem devemos separá-las.

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