10 abril 2015

O que você acredita sobre Deus?

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Você certamente conhece muitas pessoas. Se, como eu, você mora em um edifício, tem muitos vizinhos e muitos deles você, às vezes, nem conhece. Você sabe que moram no seu edifício, mas não tem contato com eles. Entretanto, sabe bem que essas pessoas existem e, a não ser que seja alguém que julgue pela aparência, posso afirmar que você não teria problema com alguma dessas pessoas.

Geralmente não temos problemas com as pessoas em si. Todos os dias passamos por várias pessoas que não conhecemos, elas vêm e vão, e isso não afeta em nada a nossa vida.

Mas suponha que uma dessas pessoas o parasse na rua e dissesse: “Eu acho que você ficaria melhor de cabelo pintado de verde!”. Ou, no caso do vizinho “desconhecido”, imagine que ele passe um dia pelo corredor e sua porta esteja aberta. Ele olha para dentro do seu apartamento e diz: “Esse sofá está no lugar errado. Do jeito que está disposto você perde muito espaço em sua sala”. No outro dia ele passa novamente, olha para você e diz: “Você está deixando sua casa muito jogada, porque você não arruma essa bagunça?”. O que você acharia de pessoas assim? Certamente que são inconvenientes e que não deveriam se meter em sua vida. Por que não tomam conta de sua própria vida? Afinal, você não pediu nenhuma opinião!

A verdade é que não gostamos que alguém fique nos dizendo o que fazer, ainda que esse alguém esteja certo. No exemplo acima, talvez a casa esteja mesmo bagunçada e precise, de fato, de uma boa arrumação, mas não queremos ninguém “metendo o nariz onde não é chamado”.

Creio, firmemente, que o problema do ateu é esse! Ele não tem problema com a pessoa de Deus. O problema é que Deus ordena como ele deve viver, o que ele deve ser e como tem de proceder. O problema é, então, com a Lei de Deus! Se Deus existisse e ficasse “no seu canto”, não haveria problema, mas esse Deus afirma que é Soberano e ordena o que todos devem fazer, sob pena de juízo caso isso não aconteça.

Qual é, então, a forma mais fácil de negar a Lei de Deus? É negando o próprio Deus. Se Deus não existe, não há Lei, se não há Lei eu procedo como bem entendo. Essa é a verdade descrita pelo Salmo 14.1: ”Diz o insensato em seu coração: Não há Deus” – e o resultado é – “Corrompem-se e praticam abominação”.

O salmista está dizendo, então, que o insensato (ou tolo na NVI) vive de acordo com sua convicção de que Deus não existe e, por causa dessa certeza, ele vive da forma que bem entende. Ou seja, aquilo que alguém acredita sobre Deus determina toda a sua maneira de viver.

Mas pense bem! Essa não é uma verdade relacionada apenas a ateus, mas também àqueles que professam (ou dizem professar) a fé no Senhor Jesus Cristo. Dia a dia somos tentados a desconfiar do caráter do nosso Deus e, assim, não dar ouvidos à sua voz. Essa sempre foi a estratégia de Satanás, minar a nossa crença a respeito de Deus.

Em Gênesis o tentador se aproxima da mulher e questiona se Deus havia proibido de comer do fruto das árvores do Jardim. Diante da resposta da mulher, de que do fruto das árvores podiam comer, exceto daquela que ficava no meio do jardim, sob pena de morrer, a serpente coloca em dúvida o caráter de Deus: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal” (Gn 3.4,5 - NVI). A insinuação do diabo era a de que Deus estava blefando, não era bom (pois os havia privado daquele fruto) e não queria “concorrência”, ninguém que fosse como ele. Isso levou a mulher a olhar para o fruto e ver que “a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter entendimento” – e diante disso – “tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também” (Gn 3.6 – NVI).

Veja que, no deserto, a investida do diabo contra o Senhor Jesus seguiu a mesma direção. O Senhor, depois de jejuar 40 dias, teve fome. A palavra do tentador parece plausível: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4.3). Isso pode ser entendido assim: “Um pai trata bem os seus filhos. Você está dizendo que é Filho de Deus, mas está aí com fome, isso não é bom. Se você é mesmo Filho, basta mandar essas pedras se transformarem em pão e você saciará sua fome. Isso provará que você está certo em sua alegação”.

Mas Jesus não precisa de provas. Ele conhece o caráter de seu Pai e sabe que ele não mente. Dias atrás, ao ser batizado, ele havia ouvido sua voz, que dos céus dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17) e, por isso, responde ao tentador: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. Por saber quem é seu Pai, Jesus confia em sua Palavra.

O homem nasce, naturalmente em pecado, como Adão, mas aqueles que creem em Cristo Jesus são recebidos na família de Deus como seus filhos e têm a promessa de serem feitos semelhante ao Salvador (Rm 8.29; 1Jo 3.2). Foi ele mesmo quem afirmou que “ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Essa revelação do Pai ocorre por meio de sua Palavra e isso implica no dever que temos de meditar diariamente nas Escrituras.

Fazendo assim conheceremos mais o Senhor e, na força do Espírito Santo, confiaremos cada vez mais naquilo que ele diz, estando aptos a negar nossas vontades e desejos a fim de fazer aquilo que ele ordena e determina em sua Palavra, para o bem dos seus filhos e para o louvor de sua glória.

02 abril 2015

José, o justo!

Ao escrever o evangelho, Mateus, após mencionar que Maria achou-se grávida pelo Espírito Santo, fala sobre o caráter de José: “sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente” (Mt 1.19). Certamente José conhecia o que estabelecia a Lei em Deuteronômio 22.23,24 para estes casos e não quis expor Maria ao castigo determinado. Um dos sentidos da palavra traduzida no texto por “infamar” é “expor à desgraça pública”. Um detalhe importantíssimo aqui é que ele ainda não tinha conhecimento do milagre efetuado por Deus, ou seja, o que o texto indica é que José agiu com misericórdia em favor de sua esposa.

É curioso notar que não temos nos evangelhos um relato sequer de algum discurso de José, mas, apesar de ele “não falar” suas ações revelam bastante sobre a razão de ele ser tido como justo. Além de ter agido com misericórdia para com Maria, podemos encontrar nele outras características piedosas.

Um crente atento à voz do Senhor

Na narrativa bíblica José está o tempo todo ouvindo o Senhor por meio de um anjo. Por ocasião da gravidez de Maria o anjo fala a ele que não era preciso temer ao recebê-la como mulher, instrui a respeito do nome que o bebê deveria receber e avisar que a promessa de redenção se cumpriria, pois Jesus salvaria o seu povo dos pecados deles (Mt 1.19-21).

Após o nascimento o anjo ordenou que José tomasse a Maria e Jesus e fugisse para o Egito. Ele deveria ficar lá até que o Senhor, por meio do anjo, o avisasse, pois Herodes procuraria a criança para tirar a vida (Mt 2.13).

Assim que Herodes morre, novamente José ouve o Senhor. Agora o anjo ordena que ele pegue a família e vá para Israel, pois não havia mais a ameaça contra a vida do menino (Mt 2.19,20).

Esta mesma atitude de José todos devemos ter. Devemos atentar à voz do Senhor que hoje não fala mais por meio de anjos, mas continua falando nas páginas das Escrituras Sagradas.

Um servo obediente

José não apenas estava atento à voz do Senhor, mas logo tratava de colocar em prática aquilo que lhe era ordenado. Voltando aos textos citados anteriormente vemos que após ouvir do anjo que ele deveria receber a Maria como esposa, “despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher” (Mt 1.24). Não houve questionamentos, não houve murmuração, mas simplesmente uma obediência irrestrita à voz do Senhor.

No episódio em que foi avisado de que o furioso Herodes estaria procurando a criança para matar, José mostra-se novamente um servo obediente. O texto diz: “Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes [...]” (Mt 2.14,15a).

Por último, na ocasião em que o anjo avisa que Herodes havia morrido e que José deveria se dispor e ir para Israel o texto registra: “Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel” (Mt 2.21). Mais uma vez não vemos questionamentos, somente um servo que, irrestritamente, obedece a voz do seu Senhor.

Como necessitamos ser como José. Em muitas circunstâncias pelas quais passamos até sabemos o que diz a Palavra de Deus, mas falta-nos a disposição de obedecer ao Senhor.

Um marido dedicado

É muito interessante e importante notar que sempre que o Senhor comunica algo sobre o destino da família, para onde fugir, para onde regressar, é à José que ele se dirige. Ele é o cabeça do lar, o responsável pela família diante do Senhor.

Em sua obediência a Deus José demonstra cuidado para com sua esposa e filho, evitando que eles estejam expostos aos perigos. Certamente vemos aqui um exemplo claro daquilo que ordena Paulo mais à frente na história, ao escrever aos efésios sobre o papel do marido para com a esposa.

Diferente do que muitos pensam, José não é um mero coadjuvante na história do nascimento de Jesus. Sua piedade, obediência e cuidado com a família devem servir de exemplo para cada um daqueles que amam ao Senhor. Você, homem, mire-se nesse exemplo e busque também honrar ao Senhor vivendo de forma justa.