24 outubro 2009

Heresia presidencial

v_8_ill_671982_brazil-lula_da_silva-syn-19 Não sou muito afeito a comentários políticos, mas a declaração do Sr. Presidente em entrevista à Folha de São Paulo na última quinta-feira me fez repensar esta questão.

Ao explicar os “acordos” políticos que, segundo ele, têm de ser feitos por qualquer um que ganhe as eleições para governar, afirmou: “Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão” (sic).

Tal declaração tem repercutido e provocado muitos comentários que vão desde constatações sobre a arrogância do presidente em se comparar a Cristo até o da profunda ignorância sobre a pessoa do Senhor, como bem comentou o jornalista Clóvis Rossi em sua coluna do jornal “A Tribuna” do dia 22/10: “Se Frei Betto, o confessor ou ex-confessor de Lula, tivesse ensinado seu amigo direitinho, o Presidente aprenderia que Cristo foi crucificado justamente porque não fez coalizão com os judas da vida.”

Rossi está corretíssimo! O nosso Senhor Jesus nunca transigiu, nunca fez concessões e nunca se ajuntou, nem se ajuntaria em aliança (coalizão) com aquilo ou aqueles que estão errados. Não que eu pense que o Presidente esteja correto em suas posições éticas e políticas, nem que eu concorde com a ideologia socialista, muito pelo contrário, mas a afirmação revela que não importam os acordos e conchavos a serem feitos, o que importa é manter-se no poder.

A visão do Sr. Luiz Inácio sobre o Jesus Cristo também explica muito do que temos visto no governo petista. Ao mesmo tempo em que este governo levanta as bandeiras pró-aborto e pró-homossexualismo a ponto de ele afirmar em uma conferência de homossexuais que “nós precisamos nos gostar do jeito que nós somos”, consegue dizer na Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro: “Compartilhamos os mesmos ideais pregados por Cristo há dois milênios e que continuam válidos até hoje.”

Mais ainda, a sua ministra que, segundo o jornal “Estadão on-line” do dia 6/10, não é religiosa abre o discurso que fez em uma Assembléia de Deus saudando “os queridos irmãos e irmãs. Que a paz do Senhor esteja com vocês”, afirma que Lula defende os valores cristãos no Brasil e na mesma semana toma um “banho de axé” com pais de santo na Bahia.

Alguém já disse acertadamente que agimos de acordo com o que cremos, e tudo isso demonstra no que creem esses políticos citados: no poder! Para chegar lá, eles têm feito de tudo para “laçar” os evangélicos brasileiros e, infelizmente, muitos dentro do incauto evangelicalismo brasileiro têm-se deixado enredar.

A Escritura nos ensina a respeitar e orar pelas autoridades (cf. Rm 13.1-7; 1Tm 2.1-2), mas é nosso dever também votar de forma consciente. Não estou propondo aqui a eleição de um candidato evangélico, mas simplesmente um avaliar e um ponderar sobre aqueles que têm, de forma tão descarada, tentado manipular os que professam a fé no Salvador.

Se você ama e conhece o Senhor Jesus Cristo, certamente pode avaliar pelas Escrituras aqueles a quem direcionará o seu voto.

Que o Senhor nos dê sabedoria.