Diante de um ensino tão difícil de ser colocado em prática, os discípulos pedem ao Senhor: Aumenta-nos a fé!
É importante perceber que o Senhor Jesus não diz em momento algum que faria isso acontecer, mas lhes conta uma parábola sobre um senhor e seu servo. Jesus começa perguntando se, tendo um servo, os discípulos deixariam que ele, ao chegar cansado do trabalho na lavoura ou com o gado, se assentasse para comer antes de lhes servir. O mestre pergunta ainda se o senhor teria de agradecer ao servo porque havia feito o que lhe foi ordenado.
A resposta era lógica! Os discípulos tinham plena consciência de que o senhor poderia fazer quaisquer exigências ao servo, que, mesmo cansado, deveria efetuar o trabalho sem esperar qualquer recompensa por isso. Fica fácil perceber esse ponto no desfecho da parábola: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (Lc 17.10).
Diante do exposto, entendemos que, com essa parábola, o Senhor estava ensinando aos discípulos que eles deveriam ser obedientes ao seu ensino sobre o perdão porque ele estava ordenando. Se é verdade que o servo deveria obedecer ao senhor, muito mais os discípulos a Jesus. Aprendemos então que perdoar não é questão de ter uma fé grandiosa, mas de atender à ordem do nosso Senhor. Aqueles que obedecem podem orar como ele ensinou: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt 6.12), atentando às suas palavras após o ensino dessa oração: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15).
Resta ainda uma questão: E se a pessoa não se arrepende ao ser repreendida? Devemos perdoá-la? Jesus ensina em Mateus 18.15-20 que se um irmão peca contra nós devemos ir até ele e argüi-lo e, se ele nos ouvir, está resolvido o problema. Se não ouvir, devemos chamar testemunhas e procurá-lo novamente; depois a igreja, e, se não ouvir também a igreja, aí o processo é de disciplina: ele deve ser considerado gentio e publicano.
Uma coisa é certa: seja o irmão nos procurando arrependido ou sejamos nós a procurá-lo para que se arrependa, o perdão é uma obrigação, para que andemos como ordena Paulo: “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).
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