31 outubro 2008

E viva a Reforma!

lutero95tesis “Mas o justo viverá pela fé.” Esse texto falou profundamente ao coração de Martinho Lutero enquanto lia a Epístola de Paulo aos Romanos, em fins do ano de 1512 e início de 1513.

Lutero, que havia se tornado monge em 1507 e doutor em teologia em 1512, confessou mais tarde que, nesse tempo, ainda era ignorante do Evangelho. Enquanto estudava no mosteiro ele sustentou consigo mesmo uma grande batalha espiritual. Tinha ido ao mosteiro à procura de salvação, mas não encontrou a paz e a segurança de quem está no caminho de Deus.

Estudando a epístola aos Romanos, vislumbrou a verdade que vinha buscando há muito tempo: que a salvação lhe pertencia simplesmente pela confiança, pela fé em Deus, por intermédio de Jesus Cristo, e não por qualquer obra que ele próprio realizasse.

Lutero avançou mais nas leituras e ficou cada vez mais convicto da sua mensagem: que Deus salva os pecadores mediante a fé no seu amor revelado em Cristo. Permaneceu por mais de 4 anos trabalhando em Wittemberg sem romper com a igreja, até que, em 1517, apareceu numa localidade próxima dali um homem chamado Tetzel, enviado pelo bispo para vender indulgências. Isso chegou ao conhecimento de Lutero, que decidiu enfrentar tão grande erro e abuso.

No século XVI, era costume colocar em lugares públicos a defesa ou ataque de certas opiniões. Esses escritos eram chamados “teses”, nos quais se debatiam as idéias e se convidavam todos os interessados para o debate.

No dia 31 de outubro de 1517, 491 anos atrás, Lutero afixou nas portas da Igreja do Castelo na cidade de Wittemberg suas 95 teses que tratavam das indulgências. Era véspera do dia de Todos os Santos, data em que uma enorme multidão comparecia à igreja. As teses negavam o pretenso poder de a Igreja ser mediadora entre o homem e Deus e de conferir perdão aos pecadores.

É bem verdade que ninguém apareceu para discutir com Lutero, porém, no prazo de duas semanas, toda a Alemanha tinha conhecimento das teses. Elas foram o impulso para que Lutero fosse considerado herege e excomungado pela igreja dando origem ao movimento conhecido como Reforma Protestante.

Louvemos a Deus pela vida do ilustre reformador e tenhamos em nossas vidas a mesma coragem de lutar pela verdade do Evangelho.

26 outubro 2008

Não vos conformeis, mas conformai-vos

oleiro2A despeito da aparente contradição do título, é isso mesmo que ordena a Palavra de Deus: não podemos nos conformar e, ao mesmo tempo, devemos nos conformar. Já vou explicar...

Na carta que escreveu à igreja de Roma, o apóstolo Paulo exortou àqueles irmãos: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). A palavra “conformar”, usada nesse versículo, tem o sentido de “moldar-se de acordo com”. É como a massa de bolo que, ao ser colocada na assadeira, assume a forma de acordo com o molde. Paulo está exortando os crentes a não assumirem a forma do mundo, mas transformarem-se pela renovação da mente. Quando os crentes tomassem essa atitude iriam experimentar, de fato, a boa, agradável e perfeita vontade do Senhor.

O apóstolo podia cobrar esse modo de vida daqueles irmãos porque já havia explicado que eles foram escolhidos por Deus para ter outra forma. No capítulo 8.29 ele afirma: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem do seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. “Conformar” aqui tem o sentido de “ter a mesma forma que outro”, “similar”. Os crentes foram chamados a ter a mesma forma do seu Senhor. Santificação é isso, ser cada dia mais parecido com o Salvador Jesus Cristo. Ele é o modelo, por isso, quando Paulo exortou os irmãos a imitá-lo, o fez porque ele também imitava a Jesus Cristo (1Co 11.1). Aos efésios ele também ordenou: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.”

Infelizmente temos visto que, em vez disso, a igreja tem se conformado cada vez mais ao mundo. É comum ouvir expressões como “todo mundo faz” ou “isso é normal hoje em dia” para justificar muitos dos comportamentos mundanos dos crentes. Podemos perceber ainda mais: muitos cristãos, mesmo não seguindo o padrão secular, não vêem problema naqueles que seguem, igualando-se aos ímpios que, como afirma Paulo, mesmo “conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32).

Devemos procurar viver a cada dia em santidade de vida. Para isso, precisamos conhecer a sã doutrina e colocá-la em prática cumprindo assim o chamado para sermos conformes a imagem do Filho. Agindo dessa maneira não seremos como aqueles que professam conhecer a Deus, mas que o negam por suas obras (cf. Tt 1.16).

O que tem moldado você? O Senhor ou o presente século?

20 outubro 2008

16 outubro 2008

É a “Confissão Positiva” uma verdade bíblica?

WealthyMind Um dos ensinamentos que tem causado grandes males à igreja evangélica brasileira é a chamada “Confissão Positiva”. Os seus expoentes ensinam que aqueles que aceitam a Jesus estão livres de todos os seus problemas, quer sejam eles na área espiritual, física ou financeira.

“Crentes não ficam doentes, pois Cristo, na cruz do Calvário, levou sobre si as nossas dores e enfermidades”, “Crentes devem ser prósperos financeiramente, somos filhos do Rei, do dono do ouro e da prata” – dizem eles. Se algum cristão sofre em alguma dessas áreas, é porque lhe faltou fé.

O grande problema desse movimento é que em nenhuma parte da Escritura temos tais promessas de sucesso financeiro, ou de uma saúde impecável. Para fundamentar suas posições, os defensores da Confissão Positiva torcem alguns textos bíblicos e ignoram muitos outros como, por exemplo, o de Filipenses 4.12 onde o apóstolo Paulo diz que passou fome. O mesmo Paulo escreve também a Timóteo aconselhando-o a misturar um pouco de vinho à água por causa do seu estômago e das suas freqüentes enfermidades (1Tm 5.23).

Graças a Deus que na Escritura não nos faltam exemplos de homens piedosos que tiveram dificuldades em várias áreas de suas vidas. Devemos ver esses exemplos não como falta de fé da parte deles, como sugerem alguns, mas como a mão de Deus dirigindo a vida de seus servos. Foi assim com Jó. No final do seu livro temos uma afirmação surpreendente: nos diz que vieram os irmãos, as irmãs e todos que conheciam Jó “e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado” (Jó 42.11).

Temos dificuldades, temos problemas, mas nada disso foge ao controle soberano do Deus eterno. Ao invés de ficar ”determinando isso”, “não aceitando aquilo”, devemos nos submeter à vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável, ainda que muitas vezes não a entendamos.

Muitos já morreram por obedecer à “orientação” de seus líderes e ter parado de tomar seus medicamentos acreditando que já estavam curados. O ensino da Confissão Positiva, além de ser antibíblico, é também caso de polícia.

Aprendamos com a Bíblia e não nos deixemos levar por ensinamentos e práticas hereges.