26 outubro 2014

Lembretes para mim mesmo

lembreteO resultado das eleições não foi o que eu queria, mas certamente foi o que o Senhor decretou. Como cristão, devo agora me submeter à sua vontade e lembrar do que ordena o apóstolo Pedro:

“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei” (1Pe 2.13-17).

É claro que a honra devida aos governantes não exclui o papel de apontar seus erros nem o de desobedecer a eles quando se opuserem ao que ordena o Senhor em sua Palavra, pois “importa obedecer a Deus que aos homens” (At 5.29).

Devo me lembrar também do que escreveu o apóstolo Paulo:

 “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (1Tm 2.1-3).

Mas a coisa mais importante a me lembrar, mesmo diante de impunidades, injustiças, imoralidades e tantas outras coisas que temos visto até aqui, com esse governo, é de que “o meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 121.2) e que este Senhor tem em suas mãos o coração do rei, cujo coração é inclinado segundo o seu querer (Pv 21.1).

Que o Senhor tenha misericórdia e abençoe nossa nação!

09 outubro 2014

Não do Planalto, o socorro vem do Senhor!

planalto calvário

Em mais uma “profetada” vinda dos lados da “lagoa pequena”, Ana Paula Valadão, uma das líderes da Igreja Batista da Lagoinha, usando um coque em homenagem a sua candidata à presidência da República, Marina Silva, declarou histericamente que havia chegado a hora da igreja, que estava indo “para aquela área mais temida pelas trevas, para que a nossa missão venha a mudar a história” – declarou mais – “Nós estamos indo, Satanás, para a política brasileira e as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do Senhor”.

Esta fala, que ocorreu no culto de mulheres e homens Diante do Trono, foi editada e usada como propaganda eleitoral da presidenciável. No final do vídeo o que se lia era: “Chegou a hora da serva do Senhor chegar ao poder... e o Brasil se tornar a maior nação evangélica do mundo”.

Não vou tratar aqui sobre a “profetada” que, para variar, não se cumpriu, pois essa é só mais uma na coleção de falsas profecias proferidas pela turma da lagoa. Meu ponto é a falsa expectativa de muitos que sonham com um presidente evangélico, desses que, geralmente, leem o texto do Salmo 33.12, “feliz a nação cujo Deus é o Senhor”, e entendem que “feliz é o país cujo presidente é evangélico”.

O fato de crer que se um evangélico chegar ao poder no Brasil fará do país a maior nação evangélica do mundo só revela a infantilidade da fé dessas pessoas. Ter um presidente verdadeiramente temente a Deus não significa necessariamente que o número de evangélicos da nação aumentará. Essa também não é a função de um presidente da República, mas da igreja do Senhor que é chamada “para proclamar as virtudes daquele que vos [nos] chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A igreja evangélica pode e deve crescer, mas isso acontecerá de forma sadia à medida em que os cristãos pregarem com fidelidade e viverem de acordo com a sã doutrina, amando o Senhor de todo o coração, pois, de que adiantaria um presidente evangélico e uma igreja secularizada, que não vive para honrar o Senhor

Essa expectativa revela também que, para esses, não basta ter o Senhor como Redentor, é preciso, também, ter um governo que assuma o papel de dar ao povo de Deus segurança, satisfação, alegria e tudo mais. É depositar no estado a confiança e esperança que só deveriam ter no Deus que governa todas as coisas. O problema é que, na perspectiva das Escrituras, substituir Deus pelo estado, ou, no caso, por um governante evangélico, é idolatria.

É claro que não estou aqui defendendo que tanto faz em quem votamos. Não! O fato de saber que somente no Senhor temos tudo o que precisamos para uma vida feliz não nos exime de votar de forma consciente, rejeitando pessoas e partidos que têm uma agenda abertamente anticristã, que tentam destruir a família e tantos outros valores que tanto prezamos, e que veem a si mesmos como a salvação da pátria. Os cristãos devem sim levar em conta aquilo que creem na hora de escolher seus governantes, mas nunca cair no erro de depositar neles, ainda que fossem os mais piedosos servos do Senhor, a sua esperança.

A nação feliz, cujo Deus é o Senhor, é o povo que ele escolheu para a sua herança (Sl 33.12), representada no Antigo Testamento pelo povo de Israel e hoje composta de todos aqueles que já depositaram a sua esperança no Salvador, Cristo Jesus. É o Israel de Deus (Gl 6.16), Igreja do Senhor, raça eleita chamada para ser “sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9) e que tem por finalidade proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.

Se você crê no Senhor Jesus já faz parte desse povo e pode, então, à semelhança do apóstolo Paulo, alegrar-se, não colocando a sua esperança nas coisas desse mundo e, mesmo sob o domínio de um terrível império que perseguia os cristãos, declarar que aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação, humilhado ou honrado, com fartura ou com fome, com abundância ou escassez, pois tudo podia naquele que o fortalecia (Fp 4.10-12).

O salmista, certa vez, olhou para os montes e perguntou: “de onde me virá o socorro?”, e já concluiu: “o meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 121.1-2). Nós também, diante de tudo isso, devemos orar pelo país, pelos governantes e pela sucessão presidencial. Devemos também votar de forma consciente, julgando todas as coisas pelo crivo da Palavra de Deus, mas nunca nos esquecer que o socorro e a esperança de uma vida de alegria não vêm do Planalto, mas do Senhor!