Nos últimos anos muito tem sido escrito sobre “crescimento de igreja”, e é fato que muitos se apressam a comprar cada novo lançamento que se propõe a ensinar como uma igreja pode crescer rapidamente. Não quero julgar a sinceridade de quem escreve livros assim, mas é certo que existe muita picaretagem sendo propagandeada por aí. Recebi há algum tempo uma propaganda de um curso de pastor que prometia ensinar 350 projetos para fazer a igreja crescer em poucos meses de 50 para 700 membros, de 300 para 5 mil membros e de 3 mil para 40 mil membros; dizia ainda que, no curso, o aluno aprenderia as técnicas, métodos e projetos das igrejas que mais crescem.
Se é verdade que uma igreja saudável deve crescer é também verdade que não existem fórmulas mágicas que, porque deram certo em um determinado lugar, se forem colocadas em prática, tim-tim por tim-tim, darão o mesmo resultado. Para piorar, muito do que tem sido dito sobre crescimento de igreja tem por base um pensamento comercial, baseado na máxima de que “o cliente tem sempre razão”. Em virtude disso, as igrejas vão se amoldando ao gosto do freguês, mas, infelizmente, os fregueses são ávidos por novidades e logo uma nova programação, uma nova música, um novo evento, um novo modo de adorar têm de ser criados para que não se perca o cliente para a concorrência.
Olhando para a Escritura podemos ter a plena certeza de que o crescimento sadio provém do Senhor e não de técnicas. Paulo afirma aos Coríntios: "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento" (1Co 3.6,7) e Lucas registra no livro de Atos a dinâmica de uma igreja que crescia bastante. Ele afirma: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (2.42-47).
O que se pode notar no texto de Atos é que a igreja não vivia na teoria. Aqueles irmãos conheciam a doutrina, e suas atitudes demonstravam que esse conhecimento implicava ações práticas. Eles estavam juntos no templo e, de casa em casa, importavam-se uns com os outros, demostravam o amor cristão de fato e de verdade. Podemos ver no texto o resultado: o Senhor acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos. O testemunho da igreja certamente corroborava a sua proclamação do Evangelho. É por causa desse trabalho da igreja que Paulo afirmou aos Coríntios, logo após ao texto que já citei acima: "Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós" (1Co 3.8,9).
O Evangelho não é somente para ser proclamado, mas para ser vivido. Que o Senhor nos abençoe para que, colocando em prática o que aprendemos na Escritura, vejamos os frutos do nosso trabalho e um crescimento sadio. Que ele nos use para sua própria glória!
1 comentários:
Fico satisfeito em poder ler assuntos de tão grande relevância em nossos dias como este escrito pelo irmão Milton. Estamos vivenciando tempos em que os cristãos estão mais propensos a libertinagem do que a verdadeira liberdade que temos em Cristo Jesus.
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