Em Provérbios 16.20 lemos: “O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz”, e o Salmo 33.21 diz: “Nele o nosso coração se alegra, pois confiamos em seu santo nome.”
A Bíblia sempre nos exorta a confiar no Senhor e aponta para a alegria como resultado dessa confiança.
A oração do profeta Habacuque nos traz um exemplo tremendo dessa alegria proporcionada pela confiança no Senhor. Ele diz que ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, mesmo apesar disso ele se alegra no Senhor (Hc 3.18-19).
Que confiança tinha esse Profeta no Deus Altíssimo a ponto de declarar que, apesar dos problemas, continuaria alegre, confiado no Deus provedor.
Precisamos ter em nossas vidas a mesma confiança que tinha o profeta. Como ele, todos passamos por provações e dificuldades, mas, a partir do momento em que colocamos tudo diante do Senhor e confiamos, temos razões para nos alegrar, pois teremos no coração a certeza do cuidado do Senhor.
Habacuque tinha no Senhor o seu amparo, como ele mesmo afirma no versículo seguinte: “O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3.20). Mas de onde vinha esta confiança que o fazia estar alegre, a despeito das tribulações?
Se você olhar para o segundo capítulo do livro, no momento em que Deus responde ao clamor do profeta afirmando que usaria os caldeus a fim de castigar e corrigir o seu povo, mas que depois puniria a arrogância dos caldeus, verá que o Senhor afirmou a Habacuque que diferente do soberbo, cuja alma não é reta nele; “o justo viverá por fé” (2.4).
Conforme escreveu Lloyd-Jones, “a verdade é que há somente duas atitudes possíveis para a vida neste mundo: a da fé e a da incredulidade. Ou vemos nossa vida mediante a crença que temos em Deus, e as conclusões que daí deduzimos, ou nossa perspectiva se baseia numa rejeição de Deus e das negações correspondentes. Podemos ‘afastar-nos’ do caminho da fé em Deus, ou viver pela fé em Deus” (Do temor à fé – Ed. Vida).
Durante todo o Antigo Testamento, aqueles que foram vistos como justos (ou justificados), foram os que creram na promessa do Messias que viria. Eles confiavam que o Senhor cumpriria a sua promessa de redenção. Abrão, por exemplo, “creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn 15.6).
O texto de Habacuque, citado no Novo Testamento por Paulo, confirma que a fé tinha como alvo o Messias. Na Epístola aos Romanos ele afirma não se envergonhar do evangelho de Cristo, visto que ele é o poder de Deus para salvação do que crê. Ele diz ainda que o evangelho demonstra a justiça de Deus de fé em fé e termina com Habacuque, “como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17).
Ao escrever aos Gálatas, ele cita este versículo após dizer que ninguém é justificado (tornado justo) por Deus mediante a lei, mas pela fé. É a fé, a confiança em Cristo Jesus, que produz alegria verdadeira.
Não pode ser diferente! Jesus ensinou a seus discípulos que ele é a videira e seus discípulos os ramos, logo, “quem permanece em mim [em Jesus], e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Ele enviou o seu Espírito que habita em nós, cujo fruto será evidenciado à medida em que crescemos em comunhão com o nosso Redentor. Você lembra qual é o fruto do Espírito? “É: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22). A alegria verdadeira é fruto (resultado) do Espírito que habita naqueles que confiam no Redentor Jesus Cristo.
Esta confiança em Cristo foi o motivo de Paulo afirmar que aprendeu a viver contente em toda e qualquer tribulação (Fp 4.11), fez com que os leitores de Pedro, crendo, exultassem com alegria indizível (1Pe 1.8) e levou Tiago a escrever aos irmãos que tivessem por motivo de toda alegria o passar por várias provações, visto que elas tem por fim torná-los como ele, “perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.1-4).
Creio que os exemplos bíblicos já bastariam. Mas há pessoas que teimam em não crer no que diz a Escritura, por isso cito ainda uma história mais recente, passada no século XIX.
Um homem chamado Horatio Gates Spafford, depois de saber da morte de suas filhas numa tragédia, em meio à dor da perda escreveu um hino em que dizia já na primeira estrofe: “Quando a paz como um rio, atravessa o meu caminho; Quando tristezas como as ondas do mar me inundam; Seja o que for minha porção, Tu me ensinas que tudo está bem com a minha alma”.
Certamente você conhece este hino, que em nosso hinário está assim: “Se paz a mais doce me deres gozar, se dor a mais forte sofrer, oh seja o que for, tu me fazes saber, que feliz com Jesus sempre sou! Sou feliz com Jesus, sou feliz com Jesus meu Senhor.” (Hino 108 – NC).
Ao entoar este belo hino, lembre-se de tudo o que a Escritura ensina a respeito de como podemos ter a verdadeira alegria, mesmo em meio à tribulações. Ela só pode ser experimentada por aqueles que confiam plenamente em Jesus.
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