19 maio 2008

E o coração, como vai?

A resposta a esta pergunta poderia ser: “Fiz meus exames recentemente e constatei que as taxas de colesterol e triglicerídeos estão muito boas; a pressão está normal; o coração está muito bem!”. Outra poderia ser: “Estou preocupado, ganhei muito peso e a pressão está muito alta; o colesterol também está alto. Não sei se o coração vai muito bem não!”

Essas e outras respostas seriam possíveis, mas não é a esse coração que me refiro na pergunta acima (apesar de ele também necessitar de cuidados). O coração a que me refiro é o descrito pela Bíblia como “o centro de controle do homem”, aquele mesmo que o profeta descreveu como enganoso e desesperadamente corrupto (Jr 17.9).

Infelizmente, são poucos os que têm dado a devida importância a esse coração. Não deveria ser assim, pois a obra do Senhor, morrendo na cruz do Calvário, foi justamente para redimi-lo e restaurá-lo.

Muitos daqueles que estão na igreja e que dizem amar a Cristo têm se contentado simplesmente em seguir regras. Acham que um controle do comportamento já é suficiente para que tenham uma vida reta aos olhos do Senhor. O problema é que mesmo ações e comportamentos que parecem bons podem ter uma motivação errada, e, ainda que os homens aplaudam, não é possível fugir do julgamento daquele que sonda e esquadrinha os corações (Jr 17.10; Jr 20.12).

Diante disso, precisamos estar atentos ao nosso coração. Devemos submeter as nossas ações, palavras e pensamentos ao crivo da “Palavra de Deus que é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, [...], e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). A Palavra de Deus é como um Raio X que expõe as nossas motivações.

É claro que tudo isso é trabalhoso. A Bíblia afirma que “como águas profundas, são os propósitos do coração do homem”, mas afirma também que “o homem de inteligência sabe descobri-los” (Pv 20.5). Devemos, pela graça de Deus, rogar ao Senhor que nos capacite a interpretar corretamente sua Palavra e aplicá-la eficazmente em nossas vidas. Ela é capaz de descortinar os propósitos do nosso coração.

A mudança de comportamento que não leva em conta a sua causa traz frustração e produz fariseus. Constatamos isso com a afirmação de Jesus quanto a eles: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt15.8).

Guardemos, portanto, o nosso coração, porque dele procedem as fontes da vida. Certamente, as ações, palavras e pensamentos que partem de um coração que guarda a Palavra glorificarão o nosso Redentor.

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