Sem entrar no mérito da questão de que o que conhecemos como Natal era, a princípio, um feriado pagão em que se comemorava a vitória do “Sol Invictus” sobre as trevas (por ocasião do solstício de inverno no hemisfério norte) e que, por decreto papal, no IV século passou a ser celebrado o nascimento de Cristo, vou expressar algumas questões que me incomodam no Natal.
O que me incomoda no Natal é ver pessoas animadas com a troca de presentes enquanto no decorrer do ano não se importam umas com as outras.
O que me incomoda é ver tantos cristãos empolgados em comemorar uma data que não foi comemorada pelos apóstolos e cristãos primitivos e perceber que o sacramento da Ceia, que foi instituído e ordenado pelo Senhor, não tem recebido a mesma atenção por muitos desses irmãos.
O que me incomoda é ouvir muitos dizendo ser o Natal uma excelente oportunidade de evangelizar e falar sobre o verdadeiro sentido da data, ao mesmo tempo em que não demonstram nenhum compromisso com a evangelização durante o restante do ano. Incomoda-me ainda o fato de que muitos desses, que afirmam ser uma excelente oportunidade de evangelizar, não o fazem quando estão em reuniões de família em que existem vários descrentes, com a desculpa de que vai causar constrangimento e, em nome do amor e da tolerância, comemoram o Natal segundo o “espírito natalino” de paz, união etc. Se amassem mesmo os familiares deveriam ter a coragem de proclamar que sem arrependimento e submissão ao Salvador estão perdidos e experimentarão a sua ira, comemorando ou não o seu natalício.
O que me incomoda no Natal é ver tantas pessoas envolvidas em teatros e cantatas e tantos outros que vivem à procura de novas cantatas em diferentes igrejas, a fim de assistir ao espetáculo, mas que não dão a mesma importância ao Dia do Senhor que é ordenado pela Palavra, e trocam o Culto ao Senhor e a comunhão com os irmãos por quaisquer outros compromissos, por mais fúteis que sejam.
O que me incomoda é o argumento de que a árvore de natal e os enfeites (que realmente são bonitos) trazem alegria, enquanto a verdadeira alegria, que só pode ser encontrada no Senhor, não é evidenciada na vida de muitos desses irmãos. É ver que, até mesmo no meio de cristãos, o personagem principal não é o Senhor Jesus, mas o “bom velinho”, que quando surgiu vestia-se de verde, mas que teve sua indumentária mudada para o vermelho numa campanha de marketing de uma fábrica de refrigerantes (prova mais que suficiente da secularização).
Pensando bem, não parece ser bem a data o motivo do meu incômodo, mas a atitude de muitos cristãos que, pela graça de Deus, um dia entenderam o propósito da encarnação, da morte e da ressurreição do nosso Senhor, mas que têm negado a sua profissão de fé, deixando-se moldar por este século, ao comemorar esta data com as mesmas motivações dos incrédulos.
Se de fato entendemos a mensagem do Evangelho, vivamos para a glória de Deus esforçando-nos para cumprir o que ele de fato requer de nós buscando assim ser mais parecidos com o Senhor Jesus. Desta forma, comemorando ou não a data, teremos a certeza de que o Senhor se agradará da nossa adoração.
5 comentários:
Graça e paz
É Verdade..., nos preocupamos tanto com a data ou debater se devemos ou não comemorar que esquecemos de buscar ser igual a Cristo...
Milton,
Sensacional. Texto para minha reflexão.
Deus te use sempre!
Samuel Vitalino
Companheiro Milton... bom artigo!
Deus o abençoe!
Rev. Miltom o seu incômodo é bíblico e nos faz refletir que não é somente em uma data que devemos do que Cristo fez.Deus o abençõe cada vez mais.
Olá Rev. Milton
Acessei seu blog e gostei do que vi, mantenho um blog tb, passe lá www.tiagonogueira.com.br, sou membro da 1ª IPI de Campinas.
Um Forte Abraço
Tiago
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