22 novembro 2018

Vivendo e aprendendo

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O título faz alusão a um dito popular bastante conhecido. Não é difícil encontrar pessoas que, ao passar por situações que acabaram por fazê-las rever conceitos, mudar de atitudes ou descobriram algo novo, costumam logo dizer: “vivendo e aprendendo” ou “é vivendo que se aprende”.

Para muitos, este é o grande lema da vida! Pessoas assim entendem que o aprendizado só é possível à medida em que se vive experiências diversas, sejam elas quais forem.

Entretanto, para aqueles que confessam a Cristo as coisas não precisam ser assim. Na verdade, a Escritura aponta para outro caminho, a saber, “Aprenda para viver”. Você pode verificar isso olhando para a carta de Paulo aos Romanos. Ali o apóstolo afirma que “tudo quanto, outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito” – e já demonstra a finalidade disso – “a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).

Olhe também para a primeira carta aos coríntios e esta verdade fica ainda mais clara. Você sabe que a igreja de Corinto tinha muitos problemas de pecado que iam desde divisões, passando por imoralidade, soberba e chegando ao ponto de irmãos levarem uns aos outros ao litígio diante de incrédulos.

A despeito disso, aquela igreja se via como muito espiritual e, por isso, no capítulo 10, Paulo lembra àqueles irmãos de várias experiências espirituais vividas pelo povo de Israel no deserto mostrando que, apesar de todas essas experiências, “Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto” (1Co 10.1-5).

O objetivo de Paulo relatar isso é bem claro. Ele mesmo diz: “Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1Co 10.6). Aqueles irmãos e nós temos o grande privilégio de ter acesso a tudo aquilo que o Senhor mandou registrar em sua bendita Palavra para vivermos uma vida reta aos seus olhos.

Não precisamos passar pelo mesmo que passaram irmãos nossos do passado. Seus erros e a forma como Deus os tratou estão diante de nossos olhos e precisamos aprender com a história para viver de modo digno do evangelho de Cristo. Muitos dos nossos irmãos do passado já caíram em pecados que nós poderíamos evitar se atentássemos para a história e crêssemos de todo o coração no que Deus ordena em sua Palavra, afinal de contas, ela nos foi dada para ser a lâmpada para os nossos pés e a luz para o nosso caminho (Sl 119.105).

Mas, infelizmente, não são poucas as vezes que, mesmo sabendo o que está na Escritura, acabamos por tomar caminhos segundo os desejos e inclinações pecaminosas do nosso coração. Desejos e inclinações totalmente opostos ao que o Senhor revela em sua Palavra.

Quando isso acontece, certamente somos corrigidos pelo Senhor. O escritor da epístola aos Hebreus lembra os seus leitores, que estavam tentados a desistir de sua caminhada por causa das perseguições: “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo o filho a quem recebe. É para a disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb 12.47).

O resultado dessa correção é maravilhoso. Ainda que passemos por aflições, seremos levados à Palavra do Senhor. “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.69), disse o salmista.

Tudo isso ocorrerá, pois aquele que começou a obra de redenção em nossa vida certamente a completará até a vinda do Senhor Jesus Cristo (Fp 1.6).

Ele nos concedeu a sua Palavra a fim de aprendermos a viver de modo digno do Evangelho. Ele nos deu o seu Espírito que nos guia a toda a verdade (Jo 16.13). Ele nos disciplinará sempre que necessário, a fim de voltarmos ao caminho.

Portanto, cuidemos de nos dedicar ao conhecimento da Escritura, a Palavra viva e eficaz de Deus (Hb 4.12). É o conhecimento da Lei do Senhor que nos habilitará a cumprir o papel de testemunhas que nos foi outorgado, vivendo como sal da terra e luz do mundo.

Aprenda para viver para a glória de Deus junto à sua família, na vida em sociedade, nos seus negócios. Essa é a vida abundante que o Senhor Jesus nos deu. Quando Josué assumiu o comando do povo de Deus para levá-lo à terra prometida, ouviu do Senhor que não deveria cessar de falar sobre o Livro da Lei, mas antes disso ele deveria meditar “nele dia e noite, para que tenhas o cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito” (Js 1.8). A promessa que decorreu dessa ordem à Josué foi: “então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”.

Aqueles que aprendem para viver serão semelhantes ao homem bem-aventurado do salmo primeiro, cujo prazer está na lei do Senhor, na qual medita dia e noite e “tudo quanto ele faz será bem sucedido” (1.3c). Aqueles que, mesmo conhecendo a Escritura, tentam trilhar seus próprios caminhos, serão disciplinados e santificados pelo Senhor.

Você pode aprender para viver e ser abençoado ou viver para aprender, sendo disciplinado pelo Senhor. Neste caso, a bênção é que, ainda que a disciplina, no momento não seja motivo de alegria, ao final produzirá fruto de justiça (Hb 12.11). Escolha o seu caminho!

2 comentários:

Confederação Sinodal de Homens Presbiterianos Piratininga disse...

Bom dia Rev Milton, muito bom o texto e a bela perspectiva de uma vida com Deus. Mas como o pecado nos assedia, o empírico muitas vezes prevalece em nossas atitudes, queremos experiência, vivenciar, meter a mão no jarro, e achamos que a experiência ensina mais, mas, infelizmente não é assim. Verdade é que temos que sermos conduzidos pela Palavra de Deus. Obrigado pela reflexão.

Escreva mais, seus textos são esclarecedores.

Deus o abençoe.

Luiz Augusto Gonzaga

Milton Jr. disse...

Grande Lula!
Muito bom "vê-lo" por aqui. Obrigado pela interação.
Grande abraço.