Desde que Martinho Lutero, 492 anos atrás, mais precisamente no dia 31 de outubro de 1517, afixou às portas da igreja de Wittemberg suas 95 teses contra o comércio das indulgências dando início à Reforma Protestante, uma frase é sempre citada pelos “herdeiros” da Reforma: Igreja Reformada, sempre se reformando.
Ainda que não se saiba quando nem quem a cunhou, a frase ficou mais ligada à Reforma Suíça promovida por Zuíngio e Calvino, conforme afirma o historiador Alderi de Souza Matos.
O significado etimológico da palavra reforma é “dar a primeira forma a” ou “restabelecer” e isso é precisamente o que a célebre frase quer ensinar, a Igreja Reformada deve estar sempre voltando às origens, deve ser como era em seu início. Para tanto, é imprescindível voltar os olhos para a Escritura e observar o que ordena o Senhor da Igreja.
Por viver desta forma, os reformadores insistiam em que só a Escritura é regra de fé e prática (Sola Scriptura), somente a graça de Deus é a causa da salvação do homem (Sola Gracia), somente a fé é o instrumento dessa salvação (Sola Fide), somente Cristo salva (Solus Crhistus) e somente Deus é digno de ser glorificado (Soli Deo Gloria).
Curiosamente muitos dos “herdeiros” da Reforma têm confundido reformar com inovar (“introduzir novidade em” ou “fazer algo como não era feito antes”), mas são rápidos para afirmar: “Igreja Reformada, sempre reformando”, para justificar práticas que nem de longe passariam pela cabeça dos reformadores.
Temos visto a Escritura sendo posta de lado, o Evangelho da graça sendo barateado e sessões, campanhas, correntes, etc., sendo colocados como requisito para se receber algo da parte de Deus, anulando assim a fé. Mais ainda, Cristo não tem sido suficiente e a vontade do homem tem sido exaltada em detrimento de Deus.
A consequência é inevitável. Como aprendemos na Confissão de Fé de Westminster, quando Deus não é adorado de acordo com o que ele mesmo instituiu e limitou pela sua Palavra, fatalmente será “adorado” “segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás” (CFW XXI.I). O resultado disso será sempre a reprovação, nos mesmos moldes da repreensão de Jesus aos fariseus dizendo que “este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15.8-9).
Queira o Senhor que aqueles que têm defendido esse tipo de “reforma” (leia-se inovação) se arrependam e voltem aos trilhos redescobertos pelos reformadores e que o Senhor mantenha fiéis aqueles que têm entendido que a igreja deve, de fato, sempre se reformar, mas da forma correta.
2 comentários:
Cara! Quer dizer que não posso mais fazer a campanha dos de Josué, e fazer o povo caminhar cantando envolta do terreno que queremos comprar?...srsrs.
Pois é camarada, ficou difícil né?? rs.. grande abraço.
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