18 abril 2009

Senhora ou serva?

Data: 16/04/2007 - ES - Vila Velha - Multidão de fiéis na missa de encerramento da Festa da Penha - Editoria: Cidade - Foto: Edson Chagas - GZ Na próxima segunda (20/04), como acontece a cada ano, uma multidão subirá o morro do convento, em Vila-Velha – ES, para reverenciar a Senhora da Penha.

Maria é adorada pelos romanistas apesar de eles, oficialmente, afirmarem que ela é somente reverenciada, pois adoração é somente a Deus. Mas, contrariando a sua própria afirmação, eles consideram-na corredentora, mediadora, sem pecado e prestam culto a ela.

Podemos questionar: será que Maria se agradaria de tudo isso? Deixemos que ela mesma responda.

No Evangelho segundo escreveu Lucas temos registrado no capítulo 1.46-56 o conhecido cântico de Maria. Essas palavras foram proferidas por ela na ocasião da visita que fez à sua prima Isabel, logo depois de ouvir que ela era uma bem-aventurada. Analisemos as palavras de Maria nos quatro primeiros versículos:

“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (vs. 46,47).

Já de início podemos perceber algo maravilhoso. Maria estava engrandecendo e se alegrando em seu Salvador. A despeito dos romanistas dizerem que ela foi concebida sem pecado, ela própria se vê nesta condição. É por isso que chama Deus de seu Salvador. Só necessita de Salvador aquele que pecou. Esse entendimento de que ela se via como pecadora fica ainda mais claro quando nos lembramos do que o anjo afirmou a José sobre a criança no ventre de Maria: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles (Mt 1.21).

Maria continua:

“porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada” (v 48).

Ela agora se coloca como uma escrava do Senhor. Este é o sentido da palavra traduzida por “serva” neste versículo. Maria se via como uma humilde serva e isso foi o que Deus contemplou nela. O entendimento de que era uma pecadora carente também da salvação produzia nela essa humildade.

Entretanto, as palavras seguintes parecem contradizer isso. Isabel havia afirmado ser Maria uma bem-aventurada e ela agora assume que, de fato, todas as gerações a considerariam assim.

Estaria Maria então reconhecendo seus méritos? De forma alguma. Ela afirma no versículo 49:

“porque o Poderoso me fez grandes cousas. Santo é o seu nome.”

Ela sabia exatamente a causa de ser uma bem-aventurada e entendia que o mérito era todo do Senhor. Seria bem-aventurada não por causa de quem era, mas por causa das grandes coisas que Deus estava fazendo em sua vida.

Esse é o entendimento de Maria e é por esta razão que ela se coloca humildemente na condição de serva, sabendo que toda a glória era do seu Senhor, e que, mesmo com o privilégio e a bênção de ser a mãe do Salvador, continuava sendo apenas uma humilde serva de Deus.

Diante das palavras da nossa irmã Maria, podemos afirmar que ela nunca gostaria de ser chamada de Senhora, mas se satisfaria em continuar sendo tratada como uma serva de Deus.

Maria foi, sim, bem-aventurada como são também todos aqueles que humildemente se achegam a Cristo, confiados unicamente em seu sacrifício vicário e não em suas próprias obras e reconhecendo-o como Senhor e Salvador.

Tanto a ela como aos demais servos de Deus se aplicam as palavras de Davi: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sl 32.1).

5 comentários:

Ashbel Simonton Vasconcelos disse...

Rev Milton,
Muito bem observado. Este texto até poderia se chamar "Maria por ela mesma!".

Pb Simonton

Ricardo Moura disse...

Cabra, excelente texto. Muito bem escrito. Objetivo e acertivo.

Milton Jr. disse...

Grande Simonton,
Obrigado pela visita. Quanto ao título, pensei em vários, inclusive em um parecido com esse.. rs. Pensei também em fazer uma alusão à senhora da Penha como serva da Rocha (Cristo Jesus).
Grande abraço,

Milton Jr. disse...

Ricardo,
Um elogio vindo da sua parte é sempre uma honra... Vai aparecer por aqui ou não? rs
Grande abraço.

Danilo disse...

Irmão Milton!

Bons tempos aqueles em qu ea idolatria estava restrita as outras religioes! Agora temos este mal em em igrejas evangelicas...

Queria aproveitar a oportunidade para lhe apresentar o meu blog, o Genizah e recomendar uma visita. Por minha vez, já me tornei seu seguidor.

Graça e Paz!

Danilo


http://genizah-virtual.blogspot.com/