04 julho 2008

Até quando esperar?

A cultura fast-food (comida rápida) tomou conta da sociedade de uma vez por todas. Se antigamente, ao entrar em um local para comer um lanche, esperávamos um bom tempo enquanto o sanduíche era preparado (e dependendo do movimento do local demorava muito), hoje, mal acabamos de pagar e o sanduíche já está pronto. As mesmas pessoas que se espantaram com a velocidade com que os alimentos eram aquecidos, quando surgiu o forno de microondas, hoje acham muito demorados os eternos 3 minutos e meio que têm de esperar para a pipoca estourar.

Queremos tudo mais rápido. Chegamos ao ponto de “precisar” comprar um novo computador com um superprocessador e mais memória para abrir as páginas da internet 5 segundos mais rápido, pois o antigo já está muito lento. Definitivamente, fomos engolidos pela cultura “fast”.

Infelizmente esse pensamento se reflete também na vida cristã. Ao passar por provações e orar a Deus, queremos que a resposta venha logo. É isso que muitos têm ensinado: “Deus não quer que soframos”, “Deus não quer que passemos por dificuldades”, “Se você está passando por dificuldades é porque está faltando fé”. A idéia é que se a provação perdura é porque há algo de errado conosco, como se o sofrimento não fizesse parte da vida cristã.

A Bíblia nos fornece uma visão diferente desse pensamento imediatista. Tiago ensina que os crentes devem se alegrar com as provações porque elas produzem perseverança (1.2-4) e diz ainda mais: Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (1.12).

Devemos ter em mente que os nossos pensamentos não são os pensamentos de Deus e nossos caminhos não são seus caminhos (Is 55.8). Os caminhos e pensamentos de Deus certamente são melhores que os nossos e ele usa as provações, angústias e tristezas pelas quais passamos para nos ensinar.

Quando o sofrimento parece não ter fim, devemos nos lembrar das palavras que Eliú disse a Jó: “Ainda que dizes que não o vês, a tua causa está diante dele; por isso, espera nele” (35.14).

Que aprendamos dia a dia a esperar em Deus, que certamente está atento às nossas suplicas, e que possamos exclamar como o salmista: Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Sl 40.1).

Que Deus nos ensine a esperar nele.

0 comentários: