24 junho 2008

Maravilhosa graça

A graça de Deus é maravilhosa! Ela é a razão de o homem pecador poder ter novamente comunhão com o Senhor.

Com o primeiro livro da Bíblia, aprendemos que o Senhor veio em socorro de Adão e Eva, que haviam quebrado a Aliança merecendo, a partir de então, somente a morte. A promessa do redentor, dada por Deus, é uma expressão dessa maravilhosa graça (Gn 3.15). Quando o apóstolo Paulo afirmou aos Romanos que o salário do pecado é a morte, mas que o dom gratuito de Deus é a vida eterna, ele estava certamente se referindo à queda e à graça de Deus em favor do homem caído.

Foi também pela graça que Noé foi preservado com sua família (Gn 6.8); que Abraão foi justificado mediante a fé (Rm 4.16); que Jacó, um enganador, foi escolhido para que, por meio dele, a promessa de um povo se tornasse real; que Moisés foi escolhido por Deus para liderar o povo na saída do Egito (Êx 33.12); isso para citar somente uns poucos exemplos.

Mas, a despeito de tudo o que a Escritura afirma sobre a graça, não são poucos os que continuam cultivando um sentimento de autojustiça e de merecimento. O orgulho pecaminoso faz com que muitos, ainda que confessem crer na salvação pela graça, no mais profundo do seu ser, se enxerguem merecedores dos favores de Deus ou, ainda mais, achem que necessitam efetuar alguma obra para que o Senhor consiga beneficiá-los.

Até mesmo a atitude de muitos, ao querer cumprir a Lei, é uma tentativa de demonstrar merecimento. Porém, a Palavra do Senhor é muito clara ao afirmar que a própria Lei foi dada para que ficasse manifesto o não-merecimento do homem, apontando assim para a bendita graça de Cristo Jesus. Paulo afirma: Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5.20,21) e ainda “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, [...] pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.19,23-24).

Como afirma o teólogo James Boice: “Quando os reformadores falavam a respeito de ‘só a graça’ (sola gratia), eles estavam dizendo que os pecadores não têm reinvindicações a fazer com Deus, nenhuma sequer; que Deus não lhes deve nada a não ser a punição por seus pecados; e que, se ele os salva apesar de seus pecados, o que ele faz no caso dos que esstão sendo salvos, é apenas porque ele se agrada de o fazer e por nenhuma outra razão.” (BOICE, O Evangelho da Graça, p. 103).

Precisamos urgentemente resgatar o ensino sobre a maravilhosa graça de Deus para que a glória seja sempre dada a quem de direito.

Deus seja louvado.

12 junho 2008

O senhorio do Salvador

Há um pensamento corrente que afirma que uma pessoa pode ter a Jesus como Salvador e não tê-lo como Senhor. Será que esta é uma idéia que pode ser sustentada biblicamente? A epístola de Paulo aos Romanos nos ajuda a descobrir.

Nessa carta ele discorre, entre outros assuntos, sobre a questão da lei e sua relação com a salvação. Muitos judeus achavam que seriam salvos pelos seus próprios méritos ao cumprir a lei. Entendiam que o fato de ter nascido em Israel já era uma garantia para a salvação, pois faziam parte do povo pactual.

Por causa desse pensamento, Paulo afirma que ninguém seria justificado por obras da lei e que a Lei foi dada para que o homem entendesse plenamente a sua situação de pecador e de culpa diante de Deus (cf. Rm 3.19-20).

Paulo enfatiza essa questão da condenação da lei para ensinar que a salvação é obtida pela graça e não por méritos. A lei mostra quão pecador é o homem e quão desesperadamente ele precisa da graça do Senhor. O resultado da acusação da lei é a glória de Deus e a constatação da grandeza de sua graça.

No capítulo 6.14, Paulo menciona um resultado prático da salvação: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei e sim da graça.”

Antecipando um possível questionamento do tipo: “Então podemos pecar à vontade pois, quanto mais pecarmos, mais a graça se manifestará?”, o apóstolo pergunta no versículo 15: “E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei e sim da graça? – e mais que depressa responde – De modo nenhum!”, e continua ensinando algumas verdades importantes do verso 16 ao 23:

1. O homem sempre está servindo a alguém ou alguma coisa – v. 16: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça?”

2. Deus, pela sua graça, liberta o homem da escravidão do pecado e o faz escravo da justiça – vv. 17,18: “Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.”

3. Aqueles que são salvos têm de buscar uma vida santa diante de Deus – v. 19: “Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.”

4. Aqueles que são servos de Deus frutificam e têm a vida eterna – vv. 22 e 23b: “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; – mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”

5. Quem é servo do pecado está perdido e condenado à morte eterna – vv. 21 e 23a: “Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. porque o salário do pecado é a morte.”

Diante de tudo isso, fica claro que não há lugar para o entendimento de ter a Cristo como Salvador e não tê-lo como Senhor. Não há como sustentar isso biblicamente. Aqueles que dizem ser salvos, mas não obedecem a Cristo, estão se enganando.

Em Cristo Jesus somos libertos da servidão ao pecado e ao mesmo tempo somos feitos seus servos ou, literalmente, escravos. Servimos ao Senhor e devemos, por isso, buscar uma vida santa diante dele. Ser servo de Deus implica frutos. Jesus foi enfático ao ensinar que pelos frutos conhecemos a árvore.

Que o nosso Salvador, que é Senhor, nos faça permanecer em sua presença, obedecendo à sua lei e santificando-nos para ele mesmo.