O egoísmo está presente na vida do homem desde que a queda ocorreu no Jardim do Éden. Entretanto, em nossos dias, aquilo que outrora era visto como pecado é ensinado como algo que cura: Você deve preocupar-se em primeiro lugar com você – dizem.
A “doutrina” do amor próprio é cada dia mais enfatizada, inclusive dos púlpitos. Isso tem levado a igreja para longe da Escritura e, se assimilada, impossibilitará o crente a cumprir ordens bíblicas como a destacada no título.
Desde o princípio, Deus colocou no coração do homem a sua lei que se resume em amar a Deus e amar ao próximo. O egoísmo (amor a si mesmo) entra na história após a queda.
Se você cultivar o chamado amor-próprio, nunca irá considerar o outro superior a você. Para que isso ocorra você precisa aprender sobre o amor bíblico que, conforme Paulo, não procura os seus próprios interesses (1Co 13.5).
Pense num exemplo bíblico. A carta de Paulo a Filemom trata da fuga de um escravo chamado Onésimo que foge em busca de liberdade. Ironicamente ele conhece a verdadeira liberdade quando é discipulado por Paulo, que se encontrava encarcerado. As cadeias humanas nunca serão capazes de aprisionar um homem que foi libertado por Cristo!
Ao crer, Onésimo, contra toda a sua expectativa de liberdade, é enviado de volta ao seu senhor Filemon que, ao invés de punir o escravo pelo que havia feito, foi ordenado a recebê-lo como irmão caríssimo (Fm 16). Por sua vez, Onésimo deveria trabalhar para o seu senhor como se estivesse trabalhando para o próprio Cristo (Ef 6.5-8; Tt 2.9-10), cada um, pensando no interesse do outro. Pense no quão difícil é isto na prática!
No cristianismo, você é ordenado a tratar seu irmão como superior a você (Fp 2.3). Desta forma, pessoas muito ricas devem se ver como servos de pessoas menos abastadas; pessoas muito cultas como servos de iletrados; pessoas com altos cargos na sociedade como servos daqueles que estão à margem da sociedade ou, como na história bíblica, um rico, como Filemom, deveria receber como “irmão caríssimo” um escravo fujão que lhe causou dano, como Onésimo (Fm 16-18).
Isto só é possível se, ao olhar para o seu irmão, você vir a Cristo. Somente desta forma é que você o verá como superior.
Lembre-se de que Jesus, o Deus de toda glória que se fez homem e humildemente lavou os pés de pecadores (Jo 13.1-17), se deu na cruz no Calvário a fim de que todo aquele que nele crê seja visto em união com ele (Rm 6.5), razão de serem visto como justos pelo Pai (2Co 5.21).
Ora, se o próprio Pai, ao olhar para pecadores por meio de Cristo, os considera justos, como se não tivessem cometido pecado algum, o que impediria a você de olhar para o seu irmão, por quem Cristo também morreu, como superior a você?
A resposta é simples: o seu orgulho! É contra este orgulho que você precisa lutar dia a dia. Graças a Deus, por causa da obra de Cristo você pode se considerar morto para o pecado e vivo para Deus (Rm 6.11), pode fazer morrer a sua natureza terrena (Cl 3.5), pode negar-se a si mesmo (Mt 16.24).
Somente a obra de Cristo, aplicada no coração humano pelo Santo Espírito, é capaz de transformar pecadores egoístas e orgulhos para que consigam olhar para os seus semelhantes como superiores a si mesmos.
Portanto, quando você se nega a servir ao seu irmão, considerando-o superior a você, mais do que se engrandecer perante ele, você está afrontando a gloriosa obra de Cristo. Negar-se a morrer para si mesmo, constitui-se, então, um grande pecado.
1 comentários:
Que farol para o coração!! Glórias a Deus!!!
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