24 março 2021

Você confia em Deus ou em ídolos?

 

O Salmo 115 regista uma pergunta feita pelas nações a respeito do Deus de Israel: “Onde está o Deus deles?” (115.2). A resposta a esse tipo de pergunta é determinante para a forma como você viverá neste mundo.

Vivemos em um mundo quebrado. Um mundo em que enfrentaremos problemas em todas as esferas e em todas as áreas da vida. A queda, resultado do pecado dos nossos primeiros pais, teve como uma de suas consequências a maldição do Senhor sobre toda a criação. Portanto, todo o sofrimento experimentado pela humanidade tem como causa primeira, o pecado original.

Entretanto, mesmo diante de todo esse quadro, a Escritura é clara ao afirmar o governo soberano de Deus. Ainda que as coisas, aparentemente, estejam muitas vezes fora do controle, o Senhor está cumprindo os seus propósitos eternos. A declaração da Confissão de Fé de Westminster é de que “pela sua mui sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e imutável conselho de sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas, todas as ações delas e toda as coisas, desde a maior até a menor” (CFW V.I).

Isto está em acordo com a resposta do salmista, diante da pergunta das nações. Ele não tem a menor dúvida e afirma que “no céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Sl 115.3). Quanto mais cedo o cristão aprende esta verdade, quanto mais firme ela estiver arraigada em seu coração, mais condições ele terá de viver contente, a despeito das circunstâncias que o cercam.

O contentamento decorre do entendimento de que o soberano Deus reina eternamente. Por ter a certeza de que o Senhor reina é que Paulo pôde afirmar que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28) e que o Senhor “faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade” (Ef 1.11).

Diferente da confiança no Senhor é a confiança nos ídolos. Por terem se rebelado contra o Senhor, por meio de seu representante Adão, os homens rejeitam o governo soberano de Deus e, como não podem viver sem adorar, estabelecem ídolos em seus corações. Estes ídolos nascem quando a esperança, o conforto, o consolo, a segurança e a razão para viver são colocadas em qualquer obra da criação.

De acordo com a descrição de Paulo os homens “tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (Rm 1.21-22).

Assim é o homem natural, ele está o tempo todo colocando a sua esperança em algum lugar que não o Senhor. Mas, infelizmente, até mesmo os cristãos, por vezes, acabam se deixando dominar pelos seus desejos e levantam ídolos em seus corações.

Isto explica, por exemplo, a esperança messiânica depositada em governantes. O desejo de ter uma sociedade mais justa, que não é mal em si, acaba por levar as pessoas a apostarem todas as suas fichas no candidato A ou B, neste ou naquele modelo econômico, etc.

Isto explica também a fé cega na ciência e o acatamento, sem o devido senso crítico, de tudo o que os todo-poderosos cientistas afirmam, reafirmam ou “desafirmam” (perdoe o neologismo).

Não me entenda mal. A ciência e o governo não são intrinsicamente ruins. Não podem ser pois foram estabelecidos pelo Senhor. Eles, como quaisquer aspectos da criação, se tornam ruins quando passam do status de criação (servos) para o status de ídolos (senhores). A criação deve servir ao homem, pois ao se tornar senhor, sempre será um tirano senhor.

Se é verdade que a esperança colocada no Senhor leva ao contentamento, é igualmente verdadeiro que a confiança em ídolos sempre conduzirá ao descontentamento. As coisas nunca estarão boas, nada será suficiente e o coração do idólatra sempre almejará por mais. Tome como exemplo o dinheiro. Como afirmou Salomão, “quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda” (Ec 5.10).

Como os falsos deuses não têm poder para entregarem o que prometem, quanto maiores as esperanças no ídolo, maior a frustração. Quanto maior a frustração, maior o desespero e desesperança.

Ao confiar em ídolos, o resultado será aquele que está expresso no Salmo 115.8, você se tornará como eles. Esta é a maldição para o idólatra. Entretanto ao depositar a sua confiança em Cristo você será, dia a dia, conformado a imagem dele. O texto em que Paulo diz que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus é seguido por uma explicação para tal afirmação: “porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29).

Diferente dos incrédulos os “quais o deus deste século cegou o entendimento” (2Co 4.4), você não deve se conformar com este século, mas deve transformar-se pela renovação de sua mente (Rm 12.2) no poder do Espírito Santo. Desta forma, certamente estará feliz e satisfeito, pois experimentará “qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2), que tudo faz como lhe agrada!

1 comentários:

Alisson disse...

Deus abençoe. 🙏